6 de novembro de 2013

Creche Carmo Giovaneti que atende 63 crianças corre o risco de fechar.


Uma creche de Itirapina (SP) pode fechar as portas devido à falta de repasse no valor de R$ 150 mil anual que deixou de receber da Prefeitura. A administração municipal afirma que há irregularidades na prestação de contas. Com isso, a entidade filantrópica já enfrenta dificuldades para atender as 63 crianças matriculadas no local. Os pais que dependem da escola estão preocupados. O Ministério Público (MP) abrirá um inquérito civil para apurar o caso.


A principal fonte de recursos da creche Carmo Giovaneti vem da Prefeitura. Pelo convênio, a instituição deveria receber R$ 12,5 mil, mas o pagamento foi cortado há dois meses. 

No prédio onde funciona a creche vazamentos no teto e o mato alto mostram a falta de manutenção. O telefone está cortado. As 11 funcionárias que trabalham no local estão com os salários atrasados. “Já estamos há dois meses sem o nosso pagamento e infelizmente não temos uma data de quando receberemos”, afirmou a coordenadora pedagógica, Lara Gobbi.

A falta de dinheiro também se reflete na alimentação e higiene das crianças. O estoque de comida e produtos de limpeza está acabando. Os armários estão praticamente vazios. “Faz uns três meses que estamos sem os produtos. Conseguimos um pouco por meio de doação. O que tem aguenta no máximo até sexta-feira (8)”, contou a cozinheira Rosana Botão.

Sobre a verba para a compra de comida, o secretário da Fazenda reafirmou que a prestação de contas tem que ser regularizada para que o dinheiro seja liberado.

O Sindicato Beneficente do Estado de São Paulo informou que acompanha o caso que enviará um representante ao local ainda esta semana para avaliar as condições da instituição.

A catadora de recicláveis Viviane de Oliveira tem dois filhos matriculados no local e disse que não sabe o que fazer. “Se fechar, com quem irão ficar as crianças? Nós não temos com quem deixar”, disse.

O líder de produção Gilmário Moreira também está preocupado. “Fica muito difícil porque não tenho com quem deixar meu filho. Eu queria que resolvesse essa situação o mais rápido possível porque se essa creche parar o que será de nós?”, questionou.