18 de outubro de 2014

Broa está contaminado e pode transmitir graves doenças


Uma declaração dada pelo presidente e pesquisador do Instituto Nacional de Tecnologia de Recursos Hídricos, professor José Galizia Tundisi, pegou todo mundo de surpresa. Segundo o educador, a água do Balneário Santo Antonio, conhecido como Represa do Broa, está contaminada.

A afirmação foi dada na manhã desta sexta-feira, 17, e assustou todos os órgãos de imprensa e também os frequentadores do local que recebe visitas de diversas cidades do Estado de São Paulo.

Durante entrevista, Tundisi explicou a situação e destacou que acompanha a situação da represa. “Nós estamos acompanhando a represa do Broa há muito tempo e a situação agora está muito crítica, pois o nível da represa abaixou e a capacidade de retenção da água aumentou muito, como ela tem uma carga de esgotos grande, não havia problema porque chovia e as comportas estavam abertas. Agora com o calor, sem chuvas e com as comportas fechadas, acabou causando o crescimento de algas cianobactéria que pode ser tóxica. Os dados foram encaminhados para um laboratório do Rio de Janeiro para serem estudadas se são ou não tóxicas”, esclarece.

Tundisi ainda pediu para que os turistas tomem cuidados e evitem o contato com a água. “Nós estamos recomendando aos prefeitos de Itirapina, Brotas, São Carlos e toda região, para que eles possam impedir os banhistas de manterem o contato com a água do Broa. Esse contato pode provocar problemas de doenças na pele e hepatite, porque além das algas há bactérias e vírus na água. A situação sanitária das águas do Broa é muito grave e perigoso. Tudo isso é um alerta de saúde pública,  salientou o pesquisador.

ORIENTAÇÃO – A Prefeitura Municipal de São Carlos, através de análise realizada pelo Instituto Internacional de Ecologia e de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), informa que a qualidade da água da Represa do Broa, localizada nos municípios de Itirapina e Brotas, encontra-se imprópria para banhos ou qualquer contato direto da população com a água.

Para a conclusão da análise, o Instituto Internacional de Ecologia usou parâmetros da Organização Mundial da Saúde e do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), conforme resolução 274/2000, que mostram grande quantidade de coliformes fecais, muito acima do valor máximo tolerado, colocando em risco a saúde da população.
O estudo mostrou ainda quantidade inaceitável de clorofila para cianobactéria (Cylindrospermopsis raciborskii), cujos valores também estão muito acima do limite tolerado pela OMS.

Tendo em vista que estes resultados demonstram grande risco à saúde humana, gerando implicações para toda a saúde pública, a prefeitura solicita que a população de São Carlos evite o uso ou contato com a água da Represa, evitando assim hepatite, doenças de pele, viroses, infecções da mucosa ou outros prejuízos à saúde, decorrentes da má qualidade da água.

Fonte: Jornal Primeira Pagina de São Carlos