20 de fevereiro de 2014

Mortes reabrem discussões sobre segurança no Broa.


Uma diversão típica da região é ir ao balneário do Broa nos finais de semana, porém tal passeio já não é tão seguro. Só neste mês duas pessoas morreram afogadas na represa. O jovem Ednilson Aparecido Pinto, 18, morador em Leme, morreu no último final de semana, e Joel do Santos Fonseca, 45, no dia 9 de fevereiro. Estas mortes reacendem a discussão sobre os perigos escondidos na represa, a imprudência dos banhistas e a falta de sinalização.

Para o bombeiro civil, Everson Luís Bernardo, o Broa apresenta inúmeras falhas, o que coloca a vida dos banhistas em risco. Ele diz que um dos casos mais graves é a falta do número adequado de salva-vidas. “A legislação regulamenta o número de profissionais em dois a cada 300 m² de espelho de água. O Broa tem, só de praia, pouco mais de 3 km. Haverá a necessidade de pelo menos 20 salva-vidas no local”, explica. De acordo com a prefeitura, nos finais de semana e feriados prolongados o número de salva-vidas é de 8 a 10. “Esse número é bem menor do que o necessário”, afirma Bernardo.
A falta de um efetivo de bombeiros na represa também é apontada como um problema no momento de um salvamento. “Não há bombeiros fixo no local e nem um posto médico ou ambulância, isso prejudica o salvamento. Há necessidade destes profissionais e de viaturas uma vez que há grande aglomeração de pessoas que utilizam a represa como diversão. Oferecer segurança é fundamental”, afirma Bernardo.

SINALIZAÇÃO
Outro ponto que chama a atenção é a falta de sinalização dos locais perigosos. Há poucas placas e a maioria está velha, enferrujada e impossível de ler. “Sinalizar com placas e bóias é fundamental. Esta prática acaba inibindo os banhistas mais ousados”, explica o bombeiro.

PREFEITURA
O prefeito José Maria Cândido, o Zé Maria, informou que há sinalização de bóias em toda a praia, limitando o espaço dos banhistas. “Já estendemos a sinalização de bóias a quase 80% da represa e até o carnaval vamos sinalizar tudo”, afirma. Sobre os salva-vidas o prefeito confirma que durante os finais de semana dez profissionais são contratados para oferecer a segurança.
“Além dos seguranças nós temos dois barcos que fazem a fiscalização em toda a represa evitando que as pessoas ultrapassem os limites impostos pelas bóias”. Sobre a queixa de que não há bombeiros ou ambulância no local, Cândido explicou que os salva-vidas são responsáveis por retirar o banhista que se afogou das águas, porém o salvamento após isso é de competência do Samu. Por isso não existe a necessidade de uma viatura no local.

IMPRUDÊNCIA
Tanto Zé Maria como o bombeiro civil concordam que a imprudência é o que colocam os usuários da represa em risco. “As pessoas bebem, comem demais e depois entram na água. Elas perdem a noção do perigo. Os afogamentos acontecem por causa destes fatores juntos. Têm certeza que sabem nadar e nada irá acontecer”, explica Bernardes.
Fonte: Jornal 1ª Pagina