1 de agosto de 2013

Itirapina tem duas mortes por H1N1.



O auxiliar de produção José Natividade Antunes, de 44 anos, morador de Itirapina, morreu vítima do vírus H1N1, segundo informação passada na tarde de terça-feira, 30, pela Secretaria Municipal de Saúde da cidade à viúva Janaina Aparecida Nunes Antunes, 30 anos.

Outra vítima que estava com suspeita de contaminação pelo H1N1 também morreu na cidade. A informação não teve a precisão da Secretaria de Saúde de Itirapina, mas a reportagem do Primeira Página recebeu informações anônimas confirmando o segundo caso na cidade em julho. Entretanto, não conseguimos identificar a família dessa segunda vítima, até o fechamento dessa edição.

O diagnóstico de Antunes começou a ser descoberto quando foi internado durante cinco dias na semana retrasada, sendo três deles no Hospital Municipal São José de Itirapina, e depois foi transferido para a Santa Casa de Rio Claro, onde morreu na noite do dia 20.
Durante a internação no Hospital de Itirapina os médicos não obtiveram um diagnóstico preciso. Entretanto, afirmaram, segundo a viúva, que a equipe médica desconfiava de pneumonia, tuberculose ou dengue.

No início da tarde de quinta-feira (18), a esposa de José chegou para a visita e se deparou com o marido utilizando um balão de oxigênio. “Ver ele assim, me deixou assustada”, disse.

A viúva afirmou que questionou a enfermeira sobre o quadro clínico do marido: “Eu disse para ela que meu filho teve pneumonia e não tinha ficado tão ruim assim, então ela me respondeu ‘o médico desconfiou que seu marido estivesse com dengue, nós fizemos o exame e deu negativo. Agora estamos presumindo que ele está com a gripe H1N1’”, narrou Janaina.

Para a esposa da vítima, faltou ética a enfermeira ao relatar o quadro clínico do paciente na frente dele de maneira tão direta. A enfermeira afirmou também que já tinham sido solicitados pelos médicos exames para confirmar a gripe, porém não sabia afirmar ao certo quando o resultado sairia.

Janaina pediu junto a funcionários da Saúde de Itirapina para que ele fosse transferido para um hospital “com mais recursos”, e foi informada de que esse procedimento já estava em andamento.

Na noite da quinta-feira (18), o paciente foi transferido para a Santa Casa de Rio Claro, entretanto, teve que esperar sentado em uma cadeira de rodas por mais de doze horas até conseguir um leito na emergência.

“Quando ele saiu de Itirapina me disseram que ele estava indo para a UTI, mas isso nunca aconteceu. Alegaram que não tinha vaga. Ninguém sabia nem o que ele tinha e não ofereceram uma cama para ele deitar, uma cama para ele lamentar a dor dele, nem isso ele teve”, lamenta Janaina.

Segundo a viúva, o marido permaneceu internado na emergência da Santa Casa de Rio Claro em estado crítico até a noite de sábado (20), quando morreu.

No atestado de óbito foi declarado insuficiência respiratória aguda. Na tarde de anteontem, a viúva afirmou que recebeu uma ligação da Vigilância Epidemiológica Municipal, confirmando a contaminação do marido pelo vírus H1N1.

José Natividade Antunes deixou a esposa e quatro filhos, entre eles uma criança de 1 ano e quatro meses. Por prevenção, todos foram vacinados contra a gripe H1N1, iniciativa tomada pela própria Secretaria Municipal de Saúde.
Fonte: Jornal 1ª Pagina de São Carlos