7 de abril de 2013

Após assembleia, Sindicato dos Trabalhadores Municipais decide por “ESTADO DE GREVE”



  Na noite do último dia 4, na sede do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Itirapina, em assembléia realizada pela diretoria, presidência e demais funcionários, com participação da Força Sindical e da FESSPMESP (Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais de. São Paulo), ficou decidido que eles entrariam em “estado de greve” . A ação, em linhas gerais, significa que o Sindicato está aguardando o aval do Ministério do Trabalho para futura decisão de entrar ou não em greve, isto depois de esgotadas todas as negociações, e dentro dos trâmites legais. 

   A decisão foi tomada, segundo a presidente do Sindicato, Claudete de Oliveira, após protocolados dois  documentos com uma série de reivindicações junto à Prefeitura de Itirapina, os quais, de acordo com ela, foram simplesmente ignorados pelo patrão, no caso o prefeito José Maria Cândido. “Diante da total falta de abertura para a gente negociar as propostas, dialogar, ou até mesmo enviar as contrapropostas,  a assembléia decidiu por iniciar o estado de greve”, comentou Claudete.

   Entre as 20 reivindicações do Sindicato estão: reposição do IGPM dos últimos 12 meses, aumento real de 10%, aumento do valor do cartão alimentação, vale alimentação para servidores que fazem jornada noturna, implantação de adicional de risco de vida para motoristas de ambulância, décimo quarto salário dos servidores do executivo – equiparando aos do legislativo que já recebem o benefício, licença prêmio para todos os servidores, assim como ocorre no Estado, entre outros, “Porém, as 20 reivindicações são propostas para estarmos negociando, embora o patrão não tenha se dado nem mesmo ao luxo de dizer vamos discutir as demais prioridades”, reforçou ela.  

   Claudete afirmou que recebeu informações extra-oficiais, de que o prefeito irá enviar nos próximos dias uma proposta de aumento salarial pequena e junto com ela a criação de novos cargos de confiança, com salários superiores ao de chefe de divisão, que hoje gira em torno de R$ 1.600,00 porque alguns funcionários de confiança  estariam descontentes com o  atual salário, frente à grande responsabilidade dos respectivos cargos. “Sei que o patrão precisa de cargos em comissão, é previsto na Constituição Brasileira, mas deveria valorizar também os funcionários de carreira, que ganham menos do que a metade de um chefe de divisão (R$ 800,00), e eles é que, realmente, ‘carregam o piano’ nas costas. Essa sempre foi e sempre será a luta do Sindicato em prol dos trabalhadores”, opinou, ao frisar que o Sindicato está indignado com a forma que o patrão está tratando os funcionários de menores rendimentos.

  A Presidente do Sindicato disse estar sentindo que o gestor municipal esta com intenção de criar um desafeto entre ele e ela, tentando com alguns insultos descabidos mudar o foco das atitudes tomadas pela administração contra o funcionalismo, o que, segundo ela, cria uma grande rejeição. “Ninguém gosta de ficar sendo ferido nos seus ideais a todo o momento, com acusações infundadas, pois o patrão já declarou em um outro veiculo de comunicação algumas bobagens”, finalizou.

O PREFEITO

   Ouvido pela reportagem, o prefeito José Maria Cândido classificou as propostas do Sindicato como “irresponsáveis” diante das enormes dificuldades financeiras que o município atravessa.  “A presidente do Sindicato, ex-vereadora, conhece bem o orçamento. Poderia enviar umas 3 propostas e não mais de 20. O fato é que a questão tem sido tratada na esfera política porque ela não admite ter sido derrotada por mim nas eleições passadas. De qualquer forma, estamos analisando as propostas, mas adianto que muitos itens são irrealizáveis. Sem contar que o aumento total  proposto pelo Sindicato é da ordem de 18% enquanto outras cidades  em condições financeiras bem melhor que a nossa estão dando, no máximo, 7%”, relatou o prefeito.  Por que ela não propôs tudo isso na gestão passada?”, indagou.

QUESTIONAMENTOS

   O prefeito questionou  também as contas do Sindicato e os recebimentos da presidente Claudete. “Por que ela na faz  como as demais  instituições e não coloca as contadas do Sindicato às claras, para todos observarem, dentro do princípio da transparência?”,  “Por que ela não divulga aonde gasta o dinheiro do Sindicato?”, “Por que ela não fala que recebeu insalubridade mesmo estando afastada de suas funções para se dedicar ao Sindicato?”, “Por que ela não se informa melhor antes de ficar falando bobagens por aí?” 

   Quanto à informação de que ele irá enviar projeto de lei à Câmara para aumento de salários e criação de cargos, Zé Maria adiantou que pretende sim criar novas funções e extinguir outras. “Faz parte da minha forma de governar, sou mais técnico e preciso de um grupo de trabalho afinado com minha filosofia de administrar, tanto que a proposta para a criação de cargos com salários um pouco maiores é devido ao fato de grande parte deles ter curso superior. Na verdade, meus atuais cargos de confiança são os que trabalham mais, muito mais que outros”, finalizou ele. 

Reportagem: Ricardo Luís Gama